Bauru promove ações contra hanseníase; Brasil é o 2º país em número de casos
Com foco no enfrentamento da hanseníase, também conhecida como lepra ou mal de Lázaro, a Secretaria de Saúde em parceria com o Instituto Lauro de Souza Lima, realiza, durante o mês de janeiro, ações em todas as unidades de saúde do município. As demandas espontâneas passarão por triagem e preenchimento de formulário até a sexta-feira (19). Os casos suspeitos serão encaminhamentos ao Centro de Referência em Moléstias Infecciosas (CRMI) para agendamento com especialista.
A Campanha Janeiro Roxo busca conscientizar a população contra o estigma e a discriminação vinculados à hanseníase. A doença infecciosa e contagiosa afeta os nervos e a pele, causada por um bacilo. Hanseníase tem cura e o tratamento é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas o preconceito em torno dela causam mais sofrimento aos pacientes do que a própria enfermidade.
O Dia D de detecção da hanseníase ocorrerá no sábado (27), das 8h às 12h, no CRMI, localizado na quadra 1 da Rua Silvério São João, Centro, com o reforço das equipes médicas do Instituto Lauro de Souza Lima. Os atendimentos serão realizados mediante os encaminhamentos das unidades de saúde. O tratamento será realizado no próprio Instituto. Por isso, as pessoas com sintomas ou sinais da doença devem procurar a unidade mais próxima de sua residência para atendimento e triagem.
Também no Dia D, as equipes das Unidades Básicas de Saúde Bela Vista, Geisel e Chapadão realizarão atendimentos de livre demanda para casos suspeitos com médicos do Instituto Lauro de Souza Lima, no período das 8h às 12h.
Já nas Unidades de Saúde da Família Godoy, Nova Bauru, Nove de Julho, Pousada da Esperança II, Santa Edwiges,Tibiriçá, Vila Dutra e Vila São Paulo, os profissionais continuarão com a triagem no período normal de atendimento de cada unidade.
A hanseníase
A hanseníase é uma doença crônica transmitida através das vias respiratórias por uma pessoa não tratada. É causada por um bacilo, tem evolução lenta e insidiosa, acometendo a pele e os nervos periféricos. Se não tratada precocemente, o estágio avançado da moléstia pode causar danos severos aos nervos, deformidades, incapacidades físicas e amputações, além de transmitir a doença às pessoas mais próximas.
Os principais sinais e sintomas são: áreas da pele com manchas mais claras, avermelhadas ou acastanhadas que não coçam e não doem. Por acometer os nervos, ocorre a diminuição de sensibilidade ao toque, à dor, ao calor e ao frio, dormência, fraqueza muscular, e pode até afetar a visão. Também apresenta sensação de agulhadas e dor no trajeto dos nervos. Com a queda da sensibilidade, o doente pode machucar ou queimar a pele sem perceber a gravidade.
O tratamento é gratuito e disponibilizado pelo SUS. A doença, quando tratada, quebra a cadeia de transmissão, por isso a importância da sua detecção precoce. As pessoas do convívio do paciente também devem passar por avaliação de um especialista. No passado, os doentes eram isolados e segregados, no entanto, o paciente deixa de transmitir a doença com o início do tratamento.
O Brasil é o segundo no mundo, atrás apenas da Índia, em número de casos de hanseníase. O Ministério da Saúde instituiu, em 2016, a Campanha Janeiro Roxo com o objetivo de reforçar a importância da detecção precoce da hanseníase, como também a divulgação de informações para ajudar a população a identificar os sinais e sintomas. Além da sensibilização dos profissionais de saúde para a descoberta de casos e o rastreio das pessoas que convivem com o paciente, os trabalhos da imprensa e mídia são fundamentais para desmistificar a doença e acabar com o preconceito e segregação.
Por Prefeitura de Bauru