Bauru confirma 1.ª morte por dengue em 2025
Bauru registrou a primeira morte por dengue em 2025. O óbito estava em investigação e foi confirmado nesta quinta-feira (27). Trata-se de um homem de 83 anos, com início dos sintomas em 4 de março e óbito ocorrido em 6 de março, em um hospital público do município. O paciente não apresentava comorbidade e não tinha histórico de deslocamento.
De acordo com o Painel de Monitoramento do Estado de São Paulo, Bauru investiga outras duas mortes pela doença. Os casos confirmados somam 3.738, além de outros 2.371 em investigação.
No último sábado (22), uma jovem de 23 anos, moradora de Bauru, morreu após ser acometida pela forma grave da doença. Laísa Angélica Motta Silva teria manifestado os primeiros sintomas em 16 de março e morreu seis dias depois, após mais de 30 horas no aguardo por um leito de internação. A morte de Laísa não foi confirmada no Painel de Monitoramento até o momento.
Relato da família
Segundo a família, no dia 20, já com o diagnóstico e remédios prescritos, Laísa Angélica Motta Silva foi à UPA Bela Vista devido a sangramento vaginal, fora do período menstrual, e convulsão. A mãe conta que a unidade estava lotada e não possuía cadeira de rodas disponível. A jovem foi medicada e recebeu alta.
Ao retornar para buscar o resultado de exame de sangue, a contagem de plaquetas mostrou 40 mil por microlitro de sangue, quando o normal é entre 150 mil e 450 mil.
Na UPA Bela Vista, Laísa aguardou por mais de 30 horas até a liberação de uma vaga de internação no Hospital das Clínicas. Segundo a mãe, entre a primeira solicitação, por volta de 20h do dia 20, e a transferência para o Hospital das Clínicas, às 5h do dia 22, a família enfrentou momentos de desespero e implorou pelo salvamento da vida de Laísa.
De acordo com o prontuário da paciente, o Hospital de Base e o Hospital Estadual negaram o leito sob a alegação de não serem unidades de referência para casos de dengue.
Com piora da capacidade respiratória e hemorragia na boca, a paciente passou a receber soro por volta de 5h40, mas só voltou a ser avaliada por um médico às 11h. A família relata que foi informada de que o quadro de saúde da jovem era “normal”, mesmo quando ela apresentava confusão mental, tontura, inchaço e dificuldade para se comunicar.
Laísa só foi reavaliada por um médico à noite e acabou sendo levada à ‘sala vermelha’ da UPA, onde foi intubada na madrugada do dia 22. Por volta de 5h, em transferência para o Hospital das Clínicas, ela sofreu uma parada cardiorrespiratória e foi reanimada.
Laísa morreu no Hospital das Clínicas por volta das 16h15 do dia 22, por dengue, choque hipovolêmico e hepatite aguda.
Notas
A Secretaria Municipal de Saúde informou em nota que investiga a morte com base em protocolos que seguem diretrizes do Ministério da Saúde. “A secretaria lamenta profundamente a ocorrência deste óbito suspeito de dengue e se solidariza com os familiares e amigos da paciente”, diz o comunicado.
O Hospital das Clínicas também lamentou a morte de Laís. A unidade informou que a vaga de internação foi liberada às 3h26 do dia 22 e que a paciente deu entrada na unidade por volta das 5h em parada cardiorrespiratória. “A equipe médica iniciou, de forma imediata, manobras de reanimação cardiopulmonar e, apesar das medidas institucionais adotadas e do suporte clínico integral prestado ao longo do dia, a paciente apresentou piora progressiva do quadro, evoluindo a óbito às 16h12 do mesmo dia”, diz em nota.
Vagas de internação
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a busca por vagas se dá via Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), a partir de um sistema online que funciona 24 horas por dia e busca vaga no hospital mais próximo do paciente, com capacidade para cuidar de cada caso e prioridade aos mais graves e urgentes.
Segundo dados da Prefeitura de Bauru, na manhã desta quinta-feira (28), 49 pacientes aguardam vagas para internações nas unidades de saúde do município.
Por Redação e Jornal da Cidade