Após megacargueiro desencalhar, mais de 400 navios aguardam para passar pelo Canal de Suez
A agência de governo do Egito que gerencia o Canal de Suez (SCA, na sigla em inglês) anunciou que o tráfego de navios será retomado nesta segunda-feira (29), às 19h do Cairo (14h de Brasília).
Há mais de 400 navios que aguardam para atravessar o canal. Segundo o presidente do órgão que administra o canal, Osama Rabie, serão necessários três dias e meio para que todos os navios na fila de espera consigam atravessar o canal após a sua liberação.
A Maersk, maior empresa de transporte de contêineres do mundo, aposta em um prazo maior. “Avaliando o acúmulo atual de navios, pode levar seis dias ou mais para que toda a fila passe”, disse a empresa em um comunicado.
O megacargueiro Ever Given bloqueou a passagem durante seis dias. Nesta segunda-feira, ele voltou a navegar. Agora, o navio será encaminhado a uma área de espera e vai passar por uma inspeção.
Com 400 metros de comprimento e 220 mil toneladas, o meganavio operado pela empresa Evergreen encalhou na terça-feira. Sua rota foi alterada por fortes ventos de uma tempestade de areia.
Empresas especializadas em comércio marítimo estimam que as perdas econômicas direta ou indiretamente ligadas ao encalhe passam de R$ 300 bilhões, segundo a BBC.
Por que o Canal de Suez é tão importante?
O Canal de Suez foi inaugurado em 1869, para ligar o Mar Vermelho ao Mediterrâneo, e é uma das rotas de navio mais utilizadas do mundo, com capacidade para receber navios gigantes de até 240 mil toneladas.
Cerca de 12% do comércio global passa pelo canal de 193 km no Egito que fornece a ligação marítima mais curta entre a Ásia e a Europa.
A alternativa é dar a volta em toda a África, pelo Cabo de Boa Esperança, o que faz o trajeto entre os portos do Golfo e de Londres ter o dobro de distância e adiciona de uma a duas semanas à viagem.
Cerca de 50 navios passaram por dia no canal em 2019, o que representa quase um terço do tráfego mundial de navios de contêineres, e a rota concentra grande parte do petróleo transportado por mar.
Por Redação e G1