Após 100 mil mortes por Covid, Pazuello diz apoiar isolamento social

O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse nessa segunda-feira (10/08), que o governo apoia o isolamento social — divergindo do próprio discurso e das ações da Presidência da República.

Em evento de inauguração de uma unidade de processamento de testes da Covid-19 na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, ele também defendeu a necessidade de tratamento precoce para impedir o aumento de mortes na pandemia.

“Medidas preventivas e afastamento social são medidas de gestão dos municípios e estados, e nós apoiamos todas elas, porque quem sabe o que é necessário naquele momento precisa de apoio, e nós apoiamos”, declarou Pazuello.

“Mas fica a lembrança de que, independentemente da medida que se tome, tem que estar aliada à capacidade de triar e procurar se as pessoas estão ou não com sintomas, o tempo todo”, emendou.

A declaração contraria a postura do próprio general desde que assumiu interinamente o Ministério da Saúde. Em maio, ele foi alertado por um comitê técnico da pasta que, sem isolamento social efetivo, o país poderia levar até dois anos anos para controlar a pandemia.

Mas, ao contrário do alerta, o ministro interino orientou a reabertura das atividades econômicas, quando o país já tinha mais de um milhão de casos da doença.

‘Número não faz diferença’
Pela primeira vez desde o sábado (08/08), quando o país atingiu a marca de 100 mil mortos pela Covid-19, Pazuello citou nesta segunda-feira o número de vítimas.

“Não é um número. Todos os dias sofremos as perdas. Não é um número — 95 mil, 98 mil, 100, ou 101 — que vai fazer a diferença. O que vai fazer a diferença é cada um brasileiro que se perde”, disse ele.

Para o ministro interino, é fundamental um “trabalho preventivo”.

Por G1

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