Foto: Reprodução Facebook

Alesp aprova, por unanimidade, denúncia de Isa Penna contra Cury por quebra de decoro

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou, por 10 votos a 0, a admissibilidade da denúncia de quebra de decoro parlamentar contra o deputado Fernando Cury (Cidadania). A sessão teve início na manhã desta quarta-feira.

Cury foi flagrado pela câmera da Alesp apalpando a deputada Isa Penna (PSOL) por trás, em 16 de dezembro, em plenário, durante a votação do orçamento do estado. Enquanto Penna conversava com a Mesa Diretora, Cury se aproximou por suas costas e passou a mão em seu corpo. Mesmo repelido pela colega, ele insistiu na abordagem.

O episódio levou Penna a denunciá-lo ao Conselho de Ética, e ele enfrenta processos relativos ao episódio em outras esferas: dentro de seu próprio partido e no Ministério Público de São Paulo.

Estavam presentes na sessão os nove parlamentares que compõem o colegiado: Emídio de Souza (PT), Erica Malunguinho (PSOL), Barros Munhoz (PSB), Wellington Moura (Republicanos), Delegado Olim (Progressistas), Alex Madureira (PSD), Estevam Galvão (DEM), Adalberto Freitas (PSL) e Campos Machado (Avante). Além dos integrantes do colegiado, o corregedor Estevam Galvão (DEM) também votou a favor, somando dez votos.

Antes da votação que deu prosseguimento do caso contra Cury, o colegiado também votou por não excluir o deputado Alex Madureira da sessão. Isa Penna havia pedido sua suspeição do conselho, pela proximidade entre Madureira e Cury, e pelo fato de ambos conversarem antes da abordagem assediosa no plenário.

Em sua defesa prévia apresentada na segunda-feira ao conselho, Cury negou ter apalpado o seio de Isa Penna e pediu também a suspeição dos correligionários da deputada, Carlos Giannazi, Erica Malunguinho e Monica Seixas, arrolados como testemunha.

No documento de 32 páginas, o advogado de Cury, Roberto Delmanto Júnior, refere-se ao gesto de assédio como “rápido e superficial abraço”. Para a defesa, o deputado “jamais teve uma única queixa de desrespeito às mulheres, mas sim elogios”.

Durante a sessão desta quarta-feira, Delmanto Júnior pediu a exclusão de Erica Malunguinho da votação. Segundo ele, a parlamentar já se manifestou antecipadamente a favor da admissibilidade da denúncia, em suas redes sociais, o que colocaria suspeição sobre seu voto. O colegiado, no entanto, decidiu por sua manutenção no processo.

O que vem a seguir
A presidente do Conselho de Ética, Maria Lúcia Amary (PSDB), designou o deputado Emídio de Souza como relator do caso, que agora terá até 15 dias para apresentar seu parecer.

O colegiado pode decidir pela absolvição, advertência, suspensão ou até a cassação de Cury, desde que seja atinja a maioria, isto é, cinco membros.

Caso a penalidade mais grave seja escolhida, o caso segue para o plenário da Alesp, onde basta maioria simples, de 48 votos, para o parlamentar ser cassado.

Por G1

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