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No 1º mês do tarifaço, região de Bauru exportou US$ 11 mi a menos

Com a tarifa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos sobre os produtos importados do Brasil, a região de Bauru embarcou US$ 11,678 milhões a menos em mercadorias ao país norte-americano em agosto, quando a medida passou a vigorar. Em julho, foram remetidos US$ 81,541 milhões, ante a US$ 69,862 milhões no mês passado, uma variação negativa de 14,3%.

Já na comparação com junho, quando o tarifaço ainda não havia sido anunciado e os embarques alcançaram US$ 87,986 milhões, a queda foi de 20,6%. O volume de exportações em geral, porém, sofreu redução de apenas 3% entre julho e agosto, fruto do estreitamento das negociações com países como Iraque, Holanda, Taiwan, Austrália, Alemanha, Nigéria, África do Sul, Reino Unido, Gana e Espanha, entre outros.

Os dados são do Comex Stat, sistema oficial que fornece estatísticas do comércio exterior brasileiro, e se referem aos 47 municípios da área de abrangência do Jornal da Cidade. Entre os principais exportadores de mercadorias para os EUA, os mais afetados foram a indústria de carne e celulose, ambos itens com incidência da sobretaxa.

Em Bauru, a oscilação negativa foi mais discreta, de US$ 2,251 milhões para US$ 2,095 milhões, o correspondente a um decréscimo de 6,9%, puxado principalmente por aparelhos de interrupção ou conexão de circuitos elétricos, como interruptores, para-raios, limitadores de tensão, eliminadores de onda e tomadas de corrente, além de máquinas para fabricação industrial de alimentos ou bebidas.

Já Lins perdeu o posto de maior exportador entre as 47 cidades. Em julho, a cidade havia remetido US$ 29,070 milhões em mercadorias – com destaque para carnes – aos Estados Unidos, volume que caiu para US$ 15,694 milhões em agosto (-46,0%). Promissão, cujo comércio internacional é alicerçado no mesmo tipo de produto, também sofreu prejuízos, com diminuição de US$ 2,030 milhões para US$ 1,520 milhão em vendas aos EUA.

CELULOSE

Em Lençóis Paulista, expoente na fabricação de celulose, a redução foi de US$ 2,480 milhões para US$ 769,1 mil, um decréscimo de 69%. Vale lembrar, contudo, que a tarifa de 10% sobre este produto foi retirada pelos EUA no início de setembro, o que deve contribuir para a recuperação das relações comerciais do município com o país a partir de agora.

Também chama atenção o resultado alcançado por Pederneiras, que quase dobrou seus embarques e assumiu o topo da lista dos exportadores da região. O salto foi de US$ 18,432 milhões para US$ 31,580 milhões (alta de 71%), fortemente impulsionados por veículos para transporte de mercadorias.

Por outro lado, Botucatu, que havia liderado o ranking das exportações em julho ao lado de Lins, teve queda expressiva de 54% em agosto. Compostas em sua maior parte por aeronaves e suas peças, produtos não atingidos pelo tarifaço, as remessas diminuíram de US$ 20,816 milhões para US$ 9,545 milhões no período. O JC não conseguiu contato com a assessoria de comunicação da prefeitura municipal para comentar o assunto.

Outro resultado de destaque foi o alcançado por Barra Bonita. Impulsionado pela produção de óleos essenciais, cuja exportação aos EUA foi oito vezes maior no último mês, o município embarcou US$ 7,223 milhões em mercadorias aos norte-americanos em agosto, alta de 56,6% na comparação com julho. Naquele mês, os Estados Unidos responderam por 16,2% dos US$ 502,840 milhões exportados pelos 47 municípios da região. No mês passado, o índice foi de 14,34% de um total de US$ 487,039 milhões.

Por Jcnet

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