Foto: Prefeitura de Bauru

Menino que morreu após agressões teria relatado golpes na barriga, dizem testemunhas

Três testemunhas ouvidas pela Polícia Civil de Paulistânia (48 quilômetros de Bauru) contaram que o menino de 3 anos que morreu na madrugada desta terça-feira (18), em Bauru, após ser atendido com sintomas de vômito e de sonolência, narrou ter sido agredido na barriga pelo tio.

O suspeito, de 36 anos, que nega as agressões, está preso temporariamente. Agora, a polícia irá ouvir outras testemunhas, incluindo as equipes médicas que acompanharam a criança, e aguardar o laudo do Instituto Médico Legal (IML), que irá apontar as causas do óbito.

Segundo o delegado Rogério Dantas, responsável pelas investigações, os depoimentos de três testemunhas convergiram no sentido de apontar o relato, pelo garoto, de uma suposta agressão, que teria sido cometida pelo investigado, marido da irmã da mãe da criança. Além de apontar a barriga, testemunhas disseram ao delegado que o menino mostrava o pé, como se quisesse revelar que havia levado chute.

Os depoimentos levaram o delegado a representar à Justiça pela prisão temporária do homem, por trinta dias, para evitar prejuízos às investigações e eventual fuga. Ele foi detido no início da noite, em uma rua de Paulistânia e, em depoimento, negou qualquer agressão. Além de eventual crime de homicídio, Dantas explica que o inquérito busca esclarecer se o garoto recebeu atendimento médico adequado.

As investigações iniciais apontam que quando o menino de 3 anos começou a passar mal, ele estava sob cuidados do tio, que também olhava outro sobrinho, de 8 anos, e seus três filhos, na fazenda onde a família morava, na zona rural de Paulistânia. A mãe do garoto estava na mesma propriedade, trabalhando, mas em um local diferente, e socorreu o filho assim que recebeu a informação de que ele não estava bem.

O primeiro atendimento ocorreu na Unidade Básica de Saúde (UBS) da cidade, por volta das 15h. De acordo com informações da chefe de gabinete da Prefeitura de Paulistânia, Maria Aparecida Lescova, o menino apresentava quadro de vômito e sonolência e, diante do relato da mãe de que ele teria sofrido agressões físicas por parte do tio, o Conselho Tutelar da cidade foi acionado para acompanhar o caso.

Após avaliação médica, a criança foi transferida em uma ambulância para a UPA do Geisel, em Bauru. Na unidade, ela foi avaliada, medicada, realizou exames e ficou em observação. A assessoria de imprensa da Prefeitura de Bauru informou que o garoto chegou à UPA com os sinais vitais normais. Extraoficialmente, neste primeiro atendimento, a genitora não teria comentado sobre as supostas agressões.

Ainda segundo Lescova, a criança teve alta da UPA às 23h15 e retornou para Paulistânia na ambulância do município, sendo deixada com a mãe em casa por volta da 0h30. Por volta da 1h40, mãe e filho voltaram à Paulistânia, onde a ambulância fica de plantão. A mulher disse que, ao dar banho no garoto, ele perdeu a consciência. Após regulação junto à UPA de Bauru, ele seguiu novamente para a unidade.

Conforme boletim de ocorrência (BO) registrado como morte suspeita no plantão policial de Bauru, a criança deu entrada na UPA em parada cardiorrespiratória, e sem sinais vitais. Apesar das tentativas de reanimação, teve a morte constatada por volta das 2h30 e o corpo seguiu para o IML para exames. O sepultamento do menino ocorreu no fim da tarde de segunda, no Cemitério de Paulistânia.

Por JCNET

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