Contrato para análise de estrutura do viaduto da 13 de Maio é assinado

A novela envolvendo a interdição da alça de acesso do viaduto João Simonetti (prolongamento da rua 13 de maio) ganhou um novo capítulo nos últimos dias. A Secretaria Municipal de Obras assinou, na última semana de dezembro, o contrato com a empresa especializada para a elaboração dos estudos e projetos básico e executivo de engenharia a serem implementados no local. A análise vai concluir qual a real condição do elevado e apontar as intervenções necessárias para a reabilitação da alça de acesso, interditada desde julho de 2021.

O próximo passo, agora, será a emissão da ordem de serviço pelo município, autorizando a empresa a iniciar os trabalhos. Segundo o titular da Obras, Leandro Joaquim, a anuência será concedida entre esta e a próxima semana.

O projeto contratado contempla a análise das dilatações, além da verificação da estrutura do viaduto como um todo, incluindo fundação, pilares, viga, laje, pavimentação.

Mês sim mês não, munícipes veiculam críticas, especialmente em redes sociais, sobre o dispositivo, dizendo que a abertura na junção entre o viaduto e alça tem aumentado, assim como os riscos a motoristas e pedestres que utilizam o local.

Na última semana, inclusive, um morador da cidade postou, na página do Facebook “Aconteceu em Bauru”, fotos com tom crítico sobre a situação do “vão” do viaduto, que já teria ultrapassado os 10 centímetros. O post rendeu vários comentários de pessoas cobrando ação do poder público.

Questionado, Leandro Joaquim disse que não houve aumento e que a situação é conhecida e monitorada semanalmente pela prefeitura. Ele esclarece que a abertura não é uma fissura de estrutura, mas sim dilatação do dispositivo que estaria com seu sistema de amortecimento comprometido.

“O viaduto será analisado e só podemos afirmar qualquer coisa depois disso. A alça está interditada porque não há convicção sobre sua segurança. Insisto: as pessoas não devem usar aquela alça como passagem”, aponta o secretário.

Sobre um possível aumento da sinalização sobre os riscos no trecho, Leandro diz que voltará ao viaduto nesta semana para checar a situação atual.

ANÁLISE

Além do João Simonetti, outros dois viadutos de Bauru devem passar pela análise dessa mesma empresa contratada: o Juscelino Kubitschek (JK, próximo ao Fórum) e o Antônio Eufrásio de Toledo (que liga as avenidas Castelo Branco e Duque de Caxias). Os três são os que necessitam de intervenções mais urgentes, segundo apontaram inquéritos civis do Ministério Público (MP).

Conforme o JC noticiou, em maio de 2019, quando um viaduto na Capital desabou, o MP passou a intensificar as cobranças direcionadas ao Palácio das Cerejeiras sobre a situação dos dispositivos de Bauru. Dois inquéritos civis foram instaurados pelo promotor de Urbanismo, Henrique Varonez, e as principais patologias foram identificadas nos três viadutos em questão. Diante disso, a gestão passada do Executivo assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) como forma de garantir que ações se concretizariam. A alça do João Simonetti, inclusive, chegou a ser interditada em 2019, mas foi liberada cerca de um ano depois, sendo interditada pela 2ª vez no ano passado.

Apesar de não apresentarem risco iminente, os três dispositivos necessitam de análises mais profundas e, consequentemente, de projetos executivos para que obras de intervenção garantam, de fato, a segurança.

Por: Marcele Tonelli – Sampi

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