Foto: Polícia Ambiental/Divulgação

Laudo conclui que búfalas de Brotas passaram fome e sede e ainda eram cruelmente submetidas a inseminação

O relatório final da perícia ambiental feito por peritos da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) concluiu que as búfalas encontradas na fazenda Água Sumida, em Brotas (SP), passaram por mais de um período de estresse, sem alimento e água.

O documento, assinado pela perita Eryka Zolcsák de Sousa, também pede que seja aberto um novo inquérito policial, já que as valas com carcaças e medicações encontradas, além da estrutura da fazenda, levam a crer que houve crime contra à saúde pública durante o funcionamento da fazenda leiteira.

No início de dezembro, um laudo preliminar já havia apontado o crime de maus-tratos, crimes ambientais e a preocupação com a saúde do rebanho.

O relatório final foi entregue na segunda-feira (3) ao delegado Douglas Brandão, responsável pelo caso, ao coronel responsável pela Polícia Ambiental e ao promotor do Ministério Público, Cássio Serra Sartori.

Parecer técnico final

  • A equipe constatou que o escore corporal dos animais encontrados, bem como as condições físicas, são incompatíveis com o correto manejo e bem estar da espécie – que se encontra em estado de desnutrição;
  • Ainda foi apontado que, por falta de planejamento do proprietário, não houve a rotação de pasto, atividade que deve ser executada durante o período de estiagem;
  • Os pesquisadores compararam os rebanhos vizinhos com as búfalas da Fazenda Água Sumida e constataram que a seca deste ano não é um motivo plausível para que os animais estivessem nas condições encontradas.
  • Além disso, o documento aponta que o processo de continuação da inseminação dos animais, mesmo que em estado caquético, bem como o armazenamento de sêmen, são indícios da crueldade que as búfalas eram submetidas, já que mesmo com escore corporal abaixo do ideal, elas eram obrigadas a gerar filhotes.
  • Os peritos também apontaram a falta de poças de água para que os búfalos se protegessem da radiação solar, já que a falta de local para eles ‘chafurdem’ causa desconforto no rebanho e até queimaduras em suas peles;
  • O fato dos búfalos tentarem se alimentar com as cascas das árvores, mesmo sem possuir dentes na parte superior da boca, demonstrou o desespero dos animais, já que eles estavam se dilacerando.

Por Redação/G1

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