2ª edição do Festival Fuzuê Odara promove atrações culturais gratuitas para incentivar arte e comunidade LGBTQIAPN+
Com curadoria totalmente LGBTQIAPN+, é com rodas de conversas, atrações musicais, performances, exposições de artes visuais, exibição de conteúdo audiovisual e feira de economia criativa que a segunda edição do Festival FuzuêOdarase apresenta à população.
Visando a construção de uma sociedade cada vez mais humanizada e igualitária, neste ano, o evento ocorre de forma totalmente presencial e fomenta a arte e a política social da comunidade LGBTQIAPN+ de Bauru e região.
“A primeira edição foi online e teve uma receptividade muito, mas muito grande. A gente trabalhou com painéis que falavam sobre políticas públicas, sobre saúde, empreendedorismo e outros assuntos. Isso atraiu bastante gente que estava online, que comenta até hoje e está muito ansiosa para a edição presencial”, conta Tiago Rosa, diretor de arte e produtor executivo da segunda edição do Fuzuê Odara.
Para isso, além da curadoria, a programação é exclusivamente composta por artistas e grupos da comunidade, que muitas vezes ficam na invisibilidade por questões financeiras ou pela falta de inclusão em espaços e eventos.
“A maioria dos eventos que acontecem na cidade tem contratações altíssimas de artistas de longe ou pessoas que são famosas, mas pouca gente valoriza os artistas daqui. [No Fuzuê Odara] a gente prioriza dar palco para as pessoas negras, pessoas trans, não-binares, indígenas […] pessoas que estão mais vulneráveis e mais a margem”, informa Rosa.
Ainda em conjunto com a programação diversa, a 2ª edição do Festival Fuzuê Odara apoia o projeto Transolidárias. Criada durante a pandemia, a iniciativa bauruense realiza a escuta afetiva, além de montar e distribuir cestas básicas com alimentos e produtos de higiene à população trans e travesti, população essa que, muitas vezes, fica em situação de vulnerabilidade social e sofre com a deficiência de políticas públicas específicas.
Realização
Neste ano, o coletivo Fuzuê 014, grupo cultural da cidade e responsável pelo festival, conta com o apoio de outras organizações para dar vida à segunda edição do Fuzuê Odara. Dentre eles, estão a Sociedade amigos da Cultura (SAC), a
Secretaria de Economia e Cultura Criativa do Governo de São Paulo, a Associação Paulista Amigos da Arte e o +Orgulho SP, programa que apoia ações afirmativas que promovem visibilidade para a população LGBTQIA+ no Estado de São Paulo. Além disso, tem o apoio do Sesc Bauru e Mangue para a realização presencial do evento e do Ezor Studio com a identidade visual nas redessociais.
“Pensamos em fazer uma edição híbrida, mas a gente estava com vontade de fazer algo presencial […] por isso buscamos parcerias fortes como com o SESC e a Mangue”, afirma Rosa.
Personalidades de Bauru
Pensando em homenagear pessoas importantes para a luta LGBTQIAPN+ em Bauru, o festival convida Luana Leon e Rafa Rosa.
Luana, 57, é mulher negra, trans e militante na área de saúde e assistência social. Aqui em Bauru, foi a primeira mulher transgênero a adquirir a Carteira de Nome Social. Em 2016, foi membro titular e suplente do Conselho Municipal da Assistência Social e do Conselho Municipal da Comunidade Negra. Atualmente, é membro do Conselho de Atenção à Diversidade Sexual (CADS).
Já Rafa Rosa, 28, é gênero fluido. Atualmente, cursa Serviço Social pela Instituição Toledo de Ensino (ITE) de Bauru e é membre do Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual (CADS).
Sobre o coletivo Fuzuê 014
A segunda edição do Fuzuê Odara é resultado do Coletivo Fuzuê 014, grupo composto por artistas e produtores culturais que procuram fomentar e promover artistas independentes de Bauru e região.
O coletivo surgiu em 2020 a partir da necessidade de fomentar a cultura bauruense durante a pandemia. Foi pelas mãos de Ana Evaristo, Carol Guerra, Isabela Morales, Lili Azevedo, Matheus Anastácio e Tiago Rosa que o grupo ganhou vida.
No terceiro ano de atuação, existindo e resistindo, o Fuzuê 014 coleciona oficinas, debates e festivais culturais abertos ao público no rol de realizações. Dentre os destaques, está a primeira edição do Fuzuê Odara, realizada totalmente online e com mais de 57h de programação, além do Fuzuê Em Casa, festival que reuniu mais de 300 artistas promovendo ações e atividades culturais e educativas durante cinco meses de isolamento social.
Confira a programação completa Quarta-feira – 07 de setembro
Local: Mangue (rua Adolfo Lutz, 1-42 – Centro) 16h – Início da exposição “Bixa Melhore”.
19h – Fala de abertura com Luana Leon e Rafa Rosa.
20h – Performance com ator Gael Gramaccio, e a atriz Marisa Riso (Cia Bobagem). 20h30 – Discotecagem de brasilidades y Latinidades com DJ Tiago Rosa.
Quinta-feira – 08 de setembro
Local: Sesc Bauru (Rua Aureliano Cardia, 6-71 – Vila Cardia)
19h – Roda de Conversa “Os Suportes dos Aparelhos Públicos para a População LGBTQIAP+” com Taylise Zagatto, Fabio Martinez e Ana Paula Balderrama.
20h – Roda de Conversa “A Arte na Comunidade LGBTQIAPN+” com Gabriel Del Menico, Victor Grassi e Vênus Santana.
Sexta-feira – 09 de setembro
Local: Sesc Bauru (Rua Aureliano Cardia, 6-71 – Vila Cardia) 19h – Início do evento.
19h20 – DJ Nikim + Cia. Sheng com Tiago Henrique, Filipe Junqueira e Thiago Brandão.
20h30 – Show Santina + Gidaia + DJ Tayan.
Sábado – 10 de setembro
Local: Sesc Bauru (Rua Aureliano Cardia, 6-71 – Vila Cardia)
10h – Feira de Economia Criativa com empreendedores LGBTQIAPN+.
11h – Roda de Conversa “Empreendedorismo Local LGBTQIAPN+” com Gabriel Felix, Bruna Garcia, Lucas Melara e Ana Flores.
14h30 – Show Acústico com Lizze Ferrer.