Fabricante diz que ivermectina não é eficaz para Covid
A farmacêutica Merck, responsável pela fabricação da ivermectina, informou em comunicado na quinta-feira (4) (veja abaixo) que não há dados disponíveis que sustentem a eficácia do medicamento contra a Covid-19. A ivermectina é um vermífugo usado para promover a eliminação de vários parasitas do corpo.
A empresa destaca três pontos da análise:
- Não há base científica para um potencial efeito terapêutico contra Covid-19 em estudos pré-clínicos;
- Não há evidência significativa para atividade clínica em pacientes com a doença;
- E há uma preocupante ausência de dados sobre segurança da substância na maioria dos estudos.
“Não acreditamos que os dados disponíveis sustentem a segurança e a eficácia da ivermectina além das doses e dos grupos indicados nas informações de prescrição aprovadas por agências regulatórias”, diz o comunicado.
Segundo a Merck, os cientistas seguem examinando cuidadosamente as descobertas de todos os estudos disponíveis.
O comunicado segue com recomendações de uso da ivermectina contra estrongiloidíase e contra a oncocercose, ambas infecções parasitárias. Mesmo com esses usos conhecidos e estabelecidos, ainda há possíveis reações adversas.
No caso da estrongiloidíase, a Merck relata reações adversas “possivelmente, provavelmente ou definitivamente” causadas pelo Stromectol (nome pelo qual a empresa comercializa a ivermectina) como astenia/fadiga, dores abdominais, anorexia, constipação, diarreia, náusea, vômitos, tontura, sonolência, vertigem, tremores, prurido, erupções e urticária. Já no combate a oncocercose foram observadas reações de hipersensibilidade, dor abdominal, aumento dos nódulos linfáticos, especialmente no cervical, nos axilares e no inguinal, além de uma série de efeitos oftálmicos.