Começam as audiências do Caso Claudia
Foi realizada nesta quarta-feira (15), no Fórum de Bauru, a primeira audiência do processo que investiga a morte de Claudia Regina Rocha Lobo, ex-secretária executiva da Apae que desapareceu no dia 6 de agosto de 2024. Claudia foi morta pelo ex-presidente da associação Roberto Franceschetti Filho, segundo a Polícia Civil e o Ministério Público. As audiências continuam nesta quinta-feira (16), a partir das 13h30.
O caso está na fase de instrução e julgamento, na qual o juiz decidirá se os acusados irão a júri popular. A sessão foi conduzida pelo juiz Fábio Correia Bonini, da 4ª Vara Criminal, com participação das testemunhas de acusação, arroladas pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) e pela assistente de acusação Letícia Lobo, filha de Claudia Lobo.
Letícia está detida na Cadeia de Avaí desde o dia 3 de dezembro, acusada de participar de uma quadrilha que desviou milhões de reais da Apae. O caso é investigado pelo Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold). Treze pessoas são rés em decorrência da investigação dos desvios na instituição, acusadas de peculato e formação de organização criminosa.
Entre as testemunhas da audiência estão os delegados Cledson Nascimento e Gláucio Eduardo Stocco, um investigador da Polícia Civil, funcionários da Apae e o ex-namorado de Claudia. Além disso, participaram os réus Dilomar Batista e Roberto Franceschetti Filho, de forma remota.
Dilomar Batista
Advogados de acusação reforçaram o pedido de prisão preventiva de Dilomar. A justificativa é a transcrição de uma conversa entre Dilomar e Roberto que foi juntada aos autos no dia 30 de dezembro e que mostra a dupla combinando a destruição de vestígios do crime.
“Isso e outras situações no processo deixam claro, no nosso entendimento, que eles tentaram desde o início atrapalhar as investigações e ocultar as provas. Muito embora o inquérito policial já tenha encerrado, a lei fala que a decretação da [prisão] preventiva pode ocorrer por conveniência da instrução do processo e a instrução começa hoje. Então, é perfeitamente cabível”, afirma o advogado Alisson Caridi, que representa Letícia Lobo.
Thiago Tezani, que representa Dilomar Batista, diz não se preocupar com a possibilidade da prisão de seu cliente. “O pedido de prisão foi feito com provas já existentes anteriormente. O relatório juntado em dezembro não traz nada de novo. Tanto que o promotor já se manifestou contra esse pedido, justamente por não haver nada de novo”, afirma.
O advogado também destaca que Dilomar colabora com as investigações desde sua segunda oitiva na Polícia Civil, inclusive com entrega de celular e da movimentação financeira.
Réu confesso por fraude processual e ocultação de cadáver, Dilomar aposta na defesa de que participou do crime por medo e coação, segundo Tezani.
Roberto Franceschetti
A defesa de Roberto Franceschetti, formada por Leandro Pistelli e Vanessa Mangile, não adiantou a estratégia da defesa que será utilizada na quinta-feira. No entanto, os advogados mantêm a declaração de inocência do ex-presidente da Apae. Eles também reiteram que não houve confissão para o delegado de polícia.
Roberto está preso desde o dia 15 de agosto de 2024 no Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 de Guarulhos.
Com informações de JCNET e G1