Morre Seu Zé do Bauru Basket
José Maria Fernandes, de 91 anos, guardião da quadra do Bauru Basket e chamado carinhosamente de Seu Zé, que estava internado há algumas semanas, faleceu nesta madrugada.
O velório começou às 7h deste domingo (08/10), na sala 3 do Centro Velatório Terra Branca, na Rua Gérson França, 5-55.
O sepultamento será hoje, às 15h, no Cemitério Municipal de Piratininga.
“Ele estava internado desde o último dia 25 de setembro, devido a um quadro de anemia somado a problemas vasculares. Mas, na última madrugada, sofreu uma parada cardíaca e não resistiu”, explica o Bauru Basket em nota.
História
Nascido na cidade de Piratininga, no ano de 1932, José Maria Fernandes veio para Bauru ainda pequeno. Aos 12 anos, conseguiu seu primeiro emprego na fábrica da Tilibra – e, de lá, nunca mais saiu.
“Modéstia à parte, eu era um ótimo mecânico. Não um veicular, mas sim um que constrói máquinas e peças”, disse seu Zé ao Jornal da Cidade, em entrevista especial concedida em novembro de 2016.
Contudo, foi a partir do ano de 1998 que sua vida seria transformada pelo esporte. “Comecei a trabalhar no basquete de Bauru quando o Caio Coube ainda era presidente do clube, e da Tilibra também. Embora aposentado, eu ainda trabalhava na fábrica. Aí comecei a mexer na parte hidráulica por aqui (ginásio). Também dava manutenção em dia de jogos. Foi quando saí da Tilibra e fiquei no time em definitivo”, revelou o senhor José Maria na mesma entrevista.
Eterno Guardião
Em nota, o Bauru Basket destaca que ao longo desses últimos 25 anos, seu Zé atuou como zelador do ginásio Panela de Pressão. Porém, sua dedicação ao trabalho, a paixão pelo jogo e o amor ao próximo o alçaram ao posto de um dos maiores símbolos da história do esporte bauruense.
Deu inúmeras entrevistas e recebeu dezenas de homenagens.
“À beira da quadra, testemunhou grandes conquistas, mas também consolou a equipe nas derrotas. Inflamou a torcida como nenhum outro, sem deixar de respeitar e cativar até mesmo os adversários. Cuidou de tudo e de todos caprichosamente, passando seu rodinho de forma incansável, sempre como se fosse a última vez – até que, de fato, ela viesse acontecer”, conta o time.
Apesar de já ser viúvo de Dona Neide e não ter filhos biológicos, seu Zé deixa uma irmã, uma legião de amigos e milhares de admiradores.
“Ele amava demais a vida. E, mesmo lutando para continuar com a gente, encontrou seu merecido descanso”, afirmou Francine Alves Oliveira, gerente administrativa do Bauru Basket.
Além de ter trabalhado com ele nos últimos 13 anos, ela também era tratada como se fosse da família pelo senhor José. “Apesar dos últimos anos terem sido difíceis, não faltou nada para ele, principalmente amor. Só podemos agradecer imensamente por ele ter sido luz para o Bauru Basket. Te amaremos para sempre, seu Zé!”, completa Francine.
“O Bauru Basket agradece o seu Zé não somente pelos serviços prestados, mas por uma vida dedicada à nossa casa, aos nossos atletas e ao próprio esporte. É um personagem insubstituível. Sentiremos muito a sua falta!”, afirma Vanderlei Mazzuchini, gestor do Dragão.
