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Documentos mostram que Suéllen rejeitou pedido para compra de material pedagógico 85% mais barato

A prefeita Suéllen Rosim (PSD) rejeitou um pedido da ex-secretária de Educação Maria do Carmo Kobayashi para comprar um material alternativo ao Palavra Cantada e muito mais barato, apontam documentos obtidos nesta quinta-feira (27) pela vereadora Estela Almagro (PT).

A medida confirma a declaração de Kobayashi durante depoimento à Comissão de Fiscalização e Controle, presidida pela petista, em reunião realizada na terça (25). Kobayashi disse que não avalizou o material Palavra Cantada e que havia indicado um outro produto para a rede municipal – o Baú Literário.

Nesta quinta, Estela foi à Secretaria de Educação em busca do processo de compra dos materiais indicados por Kobayashi. O procedimento tem centenas de páginas ao longo das quais a ex-secretária fez uma série de pesquisas sobre o preço e a qualidade do material solicitado.

Ao contrário do Palavra Cantada, que custou R$ 5,2 milhões aos cofres públicos municipais, os livros do Baú Literário sairiam pelo valor de R$ 784 mil. A cifra equivale a 15% do preço do material que acabou adquirido pela prefeitura e que hoje é alvo de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara.

O processo que avaliou a possibilidade de se adquirir o material Baú Literário começou em março na Secretaria de Educação, antes mesmo do início do procedimento envolvendo o Palavra Cantada, que data de abril.

Kobayashi solicitou a compra dos livros à prefeita Suéllen Rosim em maio. A mandatária, no entanto, indeferiu a medida.

A ex-secretária chegou a pedir em 28 de julho que Suéllen reconsiderasse a decisão, até porque a negativa ao pedido levaria o procedimento licitatório à estaca zero. Mas a prefeita não respondeu.

“Em vez de escolher uma compra mais em conta e feita a partir de processo licitatório, o governo optou por um material mais caro e adquirido sem o procedimento”, criticou Estela.

Embora o processo de compra do Palavra Cantada tenha se iniciado somente em abril, documentos internos sugerem uma que o governo já conversava com a Movimenta Editora, que detém os títulos, antes mesmo da indicação de Kobayashi pelo Baú Literário – e sem que a secretária sequer soubesse.

Como já noticiou o JC, o primeiro contato entre a Movimenta e a Prefeitura de Bauru aconteceu a partir de mensagens trocadas por um representante comercial da editora e o servidor Fábio Colasso Schwarz – que diz ter apagado as conversas.

Mas há e-mails trocados entre Fábio e o representante da editora já em fevereiro e em nenhum momento há menção ao nome da chefe da pasta Maria do Carmo Kobayashi, que em tese teria de avalizar ou não o material. Fábio, por sinal, será o primeiro a depor na CEI que apura o caso Palavra Cantada. A definição da oitiva foi decidida em reunião dos integrantes da CEI na manhã de quarta (26), que também deliberou pela convocação de Davison de Lima Gimenes, ex-integrante do setor de compras da Educação.

Por Jornal da Cidade

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