Baixa procura por vacinas contra Influenza e Covid-19 preocupa Saúde
A baixa procura pelas vacinas da Influenza e a bivalente da Covid-19 tem trazido preocupação para a Secretaria Municipal de Saúde, em Bauru. A situação mais alarmante é a tímida cobertura, de apenas 4,85%, do público prioritário, que deveria procurar os postos de saúde para receber o imunizante contra Influenza.
Desde o início da campanha, em 11 de abril, foram aplicadas doses em 7.875 moradores da cidade, sendo que o contingente que já reúne os requisitos para receber a proteção chega a cerca de 162,4 mil pessoas. Do total que foi até uma unidade de saúde, a grande maioria – 5.813 usuários – é de idosos.
Já a vacina bivalente contra a Covid-19, que está sendo ofertada na rede municipal desde 28 de fevereiro, foi administrada em 29.478 indivíduos, o correspondente a cerca de 50% do público-alvo prioritário. “O ideal seria que já tivéssemos alcançado uma cobertura maior, mas o que realmente nos preocupa é a baixa procura pela vacina da Influenza. Estamos nos aproximando do inverno e, a partir de meados de maio, o número de casos começa a aumentar”, frisa Ezequiel Santos, diretor do Departamento de Saúde Coletiva (DSC).
De acordo com ele, quando a cobertura é alta, geralmente, Bauru encerra o ano com um a dois óbitos por gripe. Quando o índice fica abaixo de 60%, já houve registro de até 14 mortes no município.
“Precisaríamos chegar a pelo menos 85%, percentual que ainda não é bom, mas traz uma segurança maior. Estamos fazendo ampla divulgação da campanha e os profissionais de saúde são orientados a oferecer as duas vacinas, que podem ser tomadas ao mesmo tempo. Mas, por algum motivo que a gente desconhece, os usuários têm recusado, com frequência, a da Influenza”, descreve, considerando como uma das hipóteses um eventual equívoco da população em supor que o imunizante da Covid, por chamar-se bivalente, já contemplaria também o da gripe.
A vacina contra o novo coronavírus, no entanto, recebe este nome porque protege contra as cepas originárias (Alfa, Beta, Gama e Delta), bem como contra a variante Ômicron. “Um outro fator que contribui muito para esta resistência das pessoas é o movimento antivacina, cheio de fake news e ainda muito forte nas redes sociais”, acrescenta o diretor.
Ele explica que é preciso tomar as doses periodicamente – no caso da Influenza, uma vez ao ano – porque os vírus, inclusive o da Covid, sofrem mutações e os imunizantes são reformulados de acordo com a cepa em circulação. Além disso, as vacinas, com o passar do tempo, vão perdendo capacidade de proteção.
Segundo a prefeitura, em 2023, já foram registrados três casos de gripe A H1N1, com um óbito, de uma mulher de 54 anos, na última semana. Neste ano, também foram confirmadas 21 mortes por Covid-19 no município. “Embora o número de óbitos por Covid seja superior, a letalidade da Influenza é maior: de 33% até agora. A forma grave afeta mais idosos, crianças, gestantes e pessoas com comorbidades. Então, a gente apela para que todos procurem as unidades e tomem as vacinas”, completa.
A Prefeitura de Bauru, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, segue com a aplicação das vacinas da Influenza e bivalente da Covid-19 para os públicos prioritários (veja no quadro ao lado). Os imunizantes são aplicados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Saúde da Família (USF), de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h30.
A USF do Jardim Godoy funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h30. As UBSs do Bela Vista e do Geisel não estão ofertando as doses. A aplicação da vacina contra Influenza é feita sem agendamento. Os interessados que fazem parte do grupo prioritário devem comparecer em uma unidade e apresentar documento pessoal.
Profissionais da saúde, professores, caminhoneiros, membros das forças de segurança e salvamento, membros das Forças Armadas e funcionários do sistema prisional devem levar a comprovação de atuação em uma dessas atividades. Já as pessoas com comorbidade devem apresentar documento que demonstre sua condição de saúde.
Importante ressaltar que só poderá ser vacinado quem recebeu ao menos duas doses anteriores de vacina da Covid-19 há quatro meses ou mais. O uso de máscara é obrigatório nas unidades de saúde.
Por JCNET