Governo confirma que criança de Lençóis Paulista tinha doença rara e não teve reação após vacina
O Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de São Paulo informou que concluiu nesta quinta-feira (20/01), a investigação que descartou o evento adverso pós-vacinação na criança de 10 anos de Lençóis Paulista.
“Não existe relação causal entre a vacinação e quadro clínico apresentado. A análise realizada por mais de 10 especialistas apontou que a criança possuía uma doença congênita rara, desconhecida até então pela família, que desencadeou o quadro clínico”, afirma a nota divulga nesta tarde.
Um ponto que chamou a atenção dos especialistas foi o curto intervalo entre a vacinação e o início dos sintomas —menos de 12 horas. O tempo decorrido não sustentaria a hipótese de uma miocardite desencadeada pela vacinação, segundo a investigação.
A investigação do caso foi conduzida de forma conjunta pela Divisão de Imunização do estado e pelos Grupos de Vigilância Epidemiológica de Botucatu e de Bauru, além do município de Lençóis Paulista.
O diagnóstico revelou uma pré-excitação no eletrocardiograma da criança, o que, segundo a secretaria, é uma característica da síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW). “Esta é uma condição congênita que leva o coração a ter crises de taquicardia. Algumas destas crises podem ter frequência muito alta, levando até a síncope ou mesmo morte súbita”, explica em nota.
Ontem, de forma preventiva, Lençóis suspendeu a vacinação infantil após o registro do caso. A criança, que já tinha asma, passou mal na terça-feira, 12 horas após receber a vacina pediátrica da Pfizer. Ela foi encaminhada para o Centro Médico da Unimed, em Botucatu, onde permanece sob observação. De acordo com a família, ela está bem e estável.
“A Secretaria de Estado da Saúde reforça a importância da vacinação e reafirma que todas os imunizantes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária são seguros e eficazes”, finaliza a nota.