Covid, gripe e resfriado: mulher é detectada com três vírus ao mesmo tempo
Uma ginecologista de 49 anos que reside em Botucatu (SP) foi diagnosticada estando, ao mesmo tempo, infectada pelos vírus causadores da covid-19, da gripe e do resfriado comum.
O caso foi relatado pelo infectologista Alexandre Naime Barbosa, chefe do departamento de Infectologia da Unesp (Universidade do Estado de São Paulo) em Botucatu, que atendeu a mulher. O especialista diz que a mulher está recuperada e já retornou às atividades normais. Ela tomou três doses contra a covid-19, o que impediu a piora do quadro clínico dos sintomas.
A detecção de tripla infecção foi feita por meio de um exame conhecido como painel viral, considerado, segundo o infectologista, o “padrão ouro na investigação de síndromes gripais”.
No exame, a pessoa é testada para diferentes tipos de vírus respiratórios — e foi nele que a ginecologista apresentou estar infectada pelo Sars-Cov-2 (causador da covid-19), pela influenza A (gripe) e por um adenovírus (um dos causadores do resfriado comum).
Diagnóstico
Segundo Alexandre Naime, o caso de tripla infecção pode ser explicado pelo fato de a ginecologista ter tido uma série de encontros sociais. A mulher apareceu no consultório dele em 21 de dezembro de 2021. No intervalo entre 14 e 19 de dezembro, ela havia participado de cinco eventos, incluindo um campeonato esportivo, uma confraternização em uma adega e um encontro familiar pré-Natal.
“Já havia dois dias de tosse seca, nariz escorrendo e dor no corpo [quando ela apareceu no consultório]”, segundo Naime. “Ela estava se expondo a pessoas que não utilizavam máscara”, pontua. Na avaliação do médico, a tripla infecção da ginecologista “é um caso interessante para mostrar como as pessoas estão se expondo”, já que “mostra um entendimento errado do que seria flexibilização [de medidas restritivas e de cuidado pessoal]”.
“É necessário que as pessoas sigam tendo as regras básicas de prevenção a qualquer infecção respiratória viral, que é o uso de máscara, o distanciamento social e evitar aglomerações e contato com muitas pessoas”, pontuou ele.
Para ele, o que ocorreu com a ginecologista de Botucatu serve de alerta sobre os riscos de se manter uma vida social agitada em uma época de surtos virais.
Por UOL