Transplante de Medula Óssea do Hospital Amaral Carvalho completa 25 anos

O Hospital Amaral Carvalho (HAC) celebrou na última sexta, dia seis de agosto, 25 anos de atuação do Centro de Transplante de Medula Óssea. Os inúmeros esforços e investimentos em tecnologias ao longo desses últimos anos transformaram o serviço em referência nacional para o procedimento e elevaram o nome do HAC, atualmente considerado o maior centro transplantador de medula do Hemisfério Sul.

Desde a inauguração do serviço, em agosto de 1996, foram realizados 3.709 transplantes. O serviço é indicado para casos específicos de doenças que afetam as células sanguíneas como leucemias, anemias e linfomas e quando as perspectivas de cura com as terapias convencionais são muito pequenas. O HAC recebe pacientes de todos os estados brasileiros indicados para o tratamento, a grande maioria por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com o coordenador do serviço de TMO, Vergílio Antônio Rensi Colturato, logo no primeiro ano foram realizados 18 transplantes. “Nossa estrutura era reduzida, tínhamos apenas quatro leitos. Então, entramos em contato com a Secretaria de Saúde do Estado e apresentamos nossos dados, que eram bastante animadores, e conseguimos apoio financeiro e fôlego para continuar”, lembra.

Com o aumento do número de pacientes oncológicos que necessitavam de apoio hemoterápico e que eram indicados ao transplante, o Hospital investiu na criação do Hemonúcleo Regional de Jaú e no desenvolvimento da unidade de TMO, que possibilitou o aumento gradual no número de pacientes atendidos. “Um ano depois, fizemos 70 transplantes, dois anos depois fizemos 100, três anos 150 até chegarmos a 240 transplantes por ano, média que realizamos até o início da pandemia da COVID-19.”

Entre os 18 pacientes atendidos no início do programa, estava o Sr. Rafael Camargo da Silva, de 68 anos. Ele descobriu uma leucemia em Botucatu e foi indicado para o tratamento no Hospital Amaral Carvalho. “Eu era pedreiro e não conseguia trabalhar, passava mal todos os dias”, conta. Neste ano, o Sr. Rafael completa 25 anos de vida nova. “Eu sou o paciente mais velho vivo transplantado aqui e é só alegria. Não tenho o que falar, de zero a dez, eu dou 11 para o Amaral Carvalho!”

Destaque nacional

A partir de 2004, os rumos do programa mudaram. Neste ano, a unidade iniciou a realização do transplante alogênico com doador voluntário não aparentado. Antes dessa data, somente três grandes centros, em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, faziam o procedimento, totalizando aproximadamente 30 por ano. 

Alguns pontos foram primordiais para transformar o serviço no mais produtivo do Brasil. A humanização, tão necessária nesse momento do tratamento e considerada o cerne do HAC, é uma delas, percebida desde o início.

“Eu fiquei 81 dias no hospital e tinha muita esperança de sarar. Mas, mesmo antes, eu vimvárias vezes ao hospital, conhecia todo mundo… Era como se fossem da minha família. Todos me deram muito incentivo e coragem e deu tudo certo. Eles todos trabalham com o coração e não tinha como dar errado”, disse o Sr. Rafael.

A enfermeira-chefe do TMO, Ana Claudia Ferrari dos Santos, acrescenta ainda o empenho oferecido pelos profissionais das equipes multidisciplinares e o apoio da Instituição. “O procedimento nos exige dados muito bem estruturados, rotinas bem estabelecidas e protocolos atualizados. Acho que ter uma equipe que consegue manter essas atividades com tantas especificidades nos dá a segurança para mantermos esse serviço de excelência”.

Atualmente, o serviço realiza transplantes autólogos, em que as células-tronco do paciente são removidas antes da administração da quimio ou radioterapia e infundidas após a finalização, e alogênicos, considerados de maior complexidade, em que as células-tronco são colhidas de um doador. Esta modalidade representa a maior parte dos procedimentos realizados no HAC. De 2018 a 2021, foram 420 procedimentos do tipo, cerca de 100 a mais que o transplante autólogo.

Investimentos

Com o objetivo de oferecer cada vez mais tratamento de qualidade aos pacientes, recentemente, o Hospital Amaral Carvalho iniciou a ampliação da ala de internação do TMO. A nova unidade, interligada à atual, será composta por mais 12 apartamentos e um posto de enfermagem. A ala está sendo construída no segundo andar do novo prédio do HAC, com verba arrecadada por meio dos certificados de participação Hiper Saúde, da Investcap, verbas parlamentares e apoio de empresas. A obra está prevista para ser inaugurada ainda neste ano.

Além disso, a Instituição investe em tecnologia e modernidade. São cinco laboratórios, de Biologia Molecular, Antígeno Leucocitário Humano (HLA), Citometria de Fluxo, Virologia e Citoquímica, que fazem parte da retaguarda do serviço. A unidade tem ainda um Programa de Treinamento de Recursos Humanos da área, com Residência Médica e estágios. E conta com a retaguarda do Hemonúcleo Regional de Jaú, instalado na estrutura do hospital, que fornece os hemocomponentes necessários para os transplantes.

Mas, para o HAC, somente o cuidado ao paciente dentro do hospital não é tudo. Por isso, desde 2018, a unidade mantém a Casa de Apoio Eva L.V. Barbanti, para pacientes do TMO que se deslocam de municípios distantes para o tratamento. A casa fornece hospedagem, alimentação e transporte gratuitos aos pacientes e acompanhantes para assistência completa, evitando assim, o abandono do tratamento.

“O Centro de Transplante de Medula Óssea do Hospital Amaral Carvalho é, sem dúvida, um dos grandes marcos do hospital desde a sua certificação como o primeiro hospital oncológico do interior do Estado de São Paulo. Através dele, reafirmamos o nosso DNA de não medir esforços para atender a todos os nossos pacientes com inovação, excelência no tratamento e, acima de tudo, a humanização que está no cerne de nossa Instituição. E estaremos  sempre buscando o que há de melhor na ciência para continuarmos a oferecer o melhor tratamento possível para todos que nos procuram”, finalizou o diretor-superintendente do HAC, Antonio Navarro.

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